Grand Theft Auto – Como tudo começou
Grand Theft Auto (GTA): O Início da Jornada
GTA – Grand Theft Auto – O primeiro da série
GTA – Grand Theft Auto, marcando o pontapé inicial da icônica série, emergiu como um título revolucionário no universo dos jogos eletrônicos. Desenvolvido pela DMA Design e lançado sob a chancela da BMG Interactive em outubro de 1997, este jogo de ação-aventura em mundo aberto estreou inicialmente para MS-DOS e Microsoft Windows, chegando pouco depois ao PlayStation. Como o precursor da vasta saga GTA, o jogo introduziu os jogadores a um universo repleto de criminalidade, liberdade e aventura.
No coração de GTA, encontramos a narrativa de um aspirante a criminoso, cuja trajetória no submundo do crime se inicia com pequenos serviços para gângsteres. Com o passar do tempo, o protagonista captura a atenção de figuras notórias do crime, desde mafiosos a policiais desonestos. Avançando pela história, o jogador explora diversas cidades, cada uma apresentando seus próprios desafios, inimigos e aliados, enquanto ascende na hierarquia criminal. O jogo se destaca pela liberdade concedida ao jogador de explorar um vasto mapa e engajar-se em atividades à sua escolha, sem a obrigatoriedade de seguir missões, embora estas sejam cruciais para o progresso no jogo.
A concepção inicial de GTA era centrada em um jogo denominado Race ‘n’ Chase, um jogo de perseguição entre policiais e ladrões. Contudo, essa ideia inicial foi considerada tediosa pela equipe de desenvolvimento, que decidiu inovar ao permitir que os jogadores assumissem o papel dos criminosos. Esse pivot significativo foi crucial para moldar a identidade única de GTA, enfatizando a liberdade de ação dentro do jogo. Apesar de ter gerado controvérsia por seu conteúdo explicitamente violento, o que levou a debates até mesmo na Câmara dos Lordes no Reino Unido, o jogo conseguiu não apenas sobreviver às críticas mas também prosperar.
Embora tenha enfrentado críticas relacionadas à qualidade gráfica e à jogabilidade, GTA conquistou um lugar de destaque graças à sua proposta de liberdade e ao entretenimento sem precedentes que oferecia. As vendas robustas refletiram a aceitação positiva do público, consolidando GTA como uma pedra fundamental na cultura dos videogames e pavimentando o caminho para o futuro da franquia.
Confira o primeiro trailer de Grand Theft Auto:
Explorando a Jogabilidade de Grand Theft Auto
Grand Theft Auto (GTA) transporta os jogadores para um trio de cidades vibrantes, inspiradas em icônicos destinos dos Estados Unidos. Liberty City, refletindo a essência de Nova Iorque, é um emaranhado de arranha-céus e agitação urbana. San Andreas captura o espírito de São Francisco, com suas ladeiras íngremes e paisagens variadas. Vice City, por sua vez, evoca a atmosfera ensolarada de Miami, com suas praias douradas e palmeiras balançando ao vento. Cada uma dessas metrópoles é única, repleta de pedestres diversos e mais de vinte tipos de veículos, desde ônibus até carros esportivos, enriquecendo a experiência de exploração e interação.
A jogabilidade em terceira pessoa de GTA é apreciada a partir de uma vista aérea, proporcionando uma visão ampla do mundo ao redor. A câmera dinâmica se ajusta para oferecer uma visão adequada, seja você a pé, explorando detalhadamente as ruas, ou em alta velocidade em um veículo, necessitando de uma visão mais ampla do entorno. A inclusão de estações de rádio dentro dos veículos, tocando músicas e notícias, adiciona uma camada extra de imersão ao ambiente do jogo.
Quatro tipos de armas estão à disposição do jogador: pistola, metralhadora, lança-chamas e lança-granadas-foguete, permitindo uma variedade de abordagens em confrontos. Cada ação criminosa, seja um roubo ou um ato de violência, não só acumula pontos mas também eleva o nível de procurado, intensificando a perseguição policial conforme o jogador se torna mais notório.
Embora as missões principais não sejam obrigatórias, elas são essenciais para desbloquear novas áreas e avançar na história. GTA destaca-se pela liberdade concedida ao jogador para escolher como navegar pelas cidades, abordar as missões e interagir com o ambiente, incluindo a decisão moral de causar ou não violência aos pedestres.
Ao iniciar, o jogador pode escolher entre oito personagens, embora a escolha não influencie na jogabilidade ou na trama. O jogo se aprofunda no submundo do crime através das interações do protagonista com figuras notáveis como Robert “Bubby” Seragliano, Uncle Fu, El Burro, Samuel Deever e Brother Marcus. Cada personagem introduz uma nova faceta do mundo criminoso, guiando o jogador por uma série de tarefas que o levam de Liberty City a San Andreas e, finalmente, a Vice City. A jornada é pontuada por trabalhos para gangues rivais, confrontos e a constante ameaça da lei, culminando em um ciclo de ascensão e fuga que define a experiência de Grand Theft Auto.
Desenvolvimento de Grand Theft Auto: Das Origens à Inovação
A saga de Grand Theft Auto (GTA) começou nas mãos da DMA Design, uma companhia escocesa fundada por David Jones em 1987. Reconhecida por sua série de sucesso, Lemmings, a DMA buscava novos horizontes após o lançamento de vários títulos e expansões. Com um motor de jogo promissor em mãos e instalada em um escritório espaçoso em Dundee, Escócia, a equipe tinha os recursos necessários para aspirar a algo grande. Jones sonhava em criar uma cidade dinâmica e realista dentro de um jogo, uma visão que catalisou o desenvolvimento de Grand Theft Auto.
O conceito inicial do jogo, Race ‘n’ Chase, era simples: uma perseguição de polícia e ladrão em alta velocidade. No entanto, a mecânica se mostrou monótona, levando a uma decisão revolucionária de inverter os papéis, transformando o jogador em criminoso. Essa mudança, proposta para injetar emoção ao jogo, foi apoiada pela BMG Interactive, especialmente pelo executivo Sam Houser, que viu no jogo um potencial de liberdade e diversão absurda.
Inspirando-se em filmes icônicos como Cães de Aluguel e James Bond, a equipe de desenvolvimento enriqueceu o jogo com detalhes urbanos, sons ambiente e uma liberdade sem precedentes. As cidades fictícias de Vice City, San Andreas e Liberty City foram cuidadosamente desenhadas com base em Miami, São Francisco e Nova Iorque, respectivamente, oferecendo ao jogador um mundo vasto e cheio de possibilidades.
Durante os testes, percebeu-se que muitos jogadores preferiam a anarquia a seguir missões. A solução encontrada foi permitir que qualquer telefone iniciasse uma missão, facilitando o engajamento. Ainda assim, Jones estava cético quanto à ideia de um mundo completamente aberto, optando por um sistema de pontuação semelhante ao de um pinball para motivar o progresso dos jogadores.
Contrariando a tendência da época, que valorizava gráficos avançados, como evidenciado pelo sucesso de Tomb Raider, a DMA Design priorizou a jogabilidade. A equipe acreditava firmemente que uma experiência envolvente compensaria a simplicidade gráfica, uma aposta que Sam Houser e Dan Houser defenderam fervorosamente perante a BMG.
Apesar das pressões da BMG para abandonar o projeto, temendo que não pudesse competir com jogos de gráficos tridimensionais avançados, a persistência da equipe de desenvolvimento e dos irmãos Houser manteve o projeto vivo. O desenvolvimento, que deveria durar treze meses, estendeu-se por trinta. No final, a decisão de renomear o jogo para Grand Theft Auto marcou o nascimento de um fenômeno cultural, provando que a jogabilidade inovadora e a liberdade de escolha poderiam, de fato, definir o sucesso de um jogo.
Trilha Sonora de Grand Theft Auto: Uma Revolução Musical
A trilha sonora de Grand Theft Auto (GTA) introduziu um conceito revolucionário ao universo dos jogos, refletindo a liberdade sem precedentes do seu mundo aberto. A equipe da DMA Design, percebendo que a experiência de dirigir pelas cidades ficaria ainda mais imersiva com música, inovou ao incorporar diversas estações de rádio no jogo, cada uma dedicada a diferentes gêneros musicais como country, hip-hop e rock. Colin Anderson, Craig Conner e Grant Middleton, três talentosos membros da equipe da DMA, foram os responsáveis por compor e gravar todas as músicas das rádios, muitas vezes trabalhando até altas horas da madrugada para criar essa paisagem sonora diversificada.
Sete Emissoras para Todos os Gostos: GTA ostenta sete emissoras de rádio únicas, além do rádio da polícia, proporcionando uma rica variedade musical. Cada veículo no jogo sintoniza um número limitado dessas emissoras, garantindo surpresas agradáveis e uma experiência sonora variada a cada vez que o jogador entra em um novo carro. Essa característica pioneira também se estendia aos jogadores de PC e PlayStation, que podiam substituir o CD do jogo por um de sua escolha, personalizando ainda mais a trilha sonora de suas jornadas criminosas.
Destaques Musicais e Emissoras:
- The Fix FM oferece batidas de Techno/Apartment, com faixas como “DSP” de Animal Testing Centre e “Lagerstar” de Technophiliak.
- Head Radio FM traz Pop/Rock ao alcance do jogador, com músicas como “Days Like These” de Reality Bubble.
- Radio ’76 FM (também conhecida como Funk FM) mergulha no Funk/Retro, destacando faixas como “On The Move” de Ghetto Fingers.
- N-CT FM se concentra em Hip-Hop/Rap, incluindo o tema principal “Gangster Friday” da banda fictícia Slumpussy.
- Brooklyn Underground 77.7 FM explora Trance, Techno e Oldschool Jungle, com músicas como “Benzoate” de Retrograde.
- It’s Unleashed FM agita com Alternative/Hard rock, apresentando “4 Letter Love” de Stikki Fingers.
- The Fergus Buckner Show FM traz clássicos do Country, com “The Ballad of Chapped-Lips Calhoun” de Sideways Hank O’Malley.
Com exceção da Head Radio, o jogo nunca menciona os nomes das canções ou das estações durante a jogabilidade, mantendo o foco na experiência imersiva. Essa abordagem inovadora da trilha sonora de GTA não apenas elevou a qualidade da experiência audiovisual dos jogos da época, mas também estabeleceu um padrão para a importância da música em videogames, um legado que continua influenciando desenvolvedores e jogadores até hoje.
Divulgação e Controvérsias de Grand Theft Auto: Estratégia e Repercussão
A campanha de divulgação de Grand Theft Auto (GTA) enfrentou desafios significativos, principalmente devido à preocupação da BMG com a baixa qualidade gráfica do jogo e, mais intensamente, com seu conteúdo violento. Em um movimento audacioso, a companhia contratou Max Clifford, um publicitário notório por manipular a mídia e criar escândalos. Clifford convenceu a BMG de que a violência do jogo não deveria ser escondida, mas sim abraçada como parte integral do produto. Seu plano era gerar controvérsia, atraindo a atenção tanto da mídia quanto do governo britânico, sob a premissa de que qualquer publicidade, mesmo negativa, acabaria aumentando o interesse pelo jogo.
Clifford procurou contatos no governo para disseminar informações sobre o jogo, culminando em um debate na Câmara dos Lordes, onde o lorde Gordon Campbell expressou preocupações sobre o impacto negativo de GTA nas crianças e jovens do Reino Unido. A mídia britânica, liderada pelo Daily Mail, rapidamente captou a história, rotulando o jogo como uma apologia ao crime. Essa exposição gerou um debate nacional sobre a influência de videojogos violentos nos jovens, trazendo GTA para o centro das atenções.
A estratégia de Clifford incluiu não apenas plantar histórias na mídia, mas também promover debates e criar peças publicitárias que destacavam a controvérsia. Isso incluiu a divulgação de multas falsas com o logo do jogo e a circulação de notícias exageradas sobre acidentes de carro envolvendo os criadores do jogo. Essas táticas não convencionais ampliaram o alcance da publicidade, gerando um interesse sem precedentes no jogo.
A British Board of Film Classification (BBFC), após avaliação, decidiu não proibir o jogo, mas recomendou que ele fosse vendido apenas para maiores de dezoito anos. Essa decisão foi um golpe de sorte para a BMG, validando a campanha de Clifford e garantindo que GTA alcançasse uma audiência vasta e curiosa. Apesar da classificação, o jogo enfrentou proibições e críticas similares em outros países, incluindo uma proibição total no Brasil, evidenciando a variabilidade das reações culturais ao conteúdo do jogo.
A estratégia de controvérsia de GTA, embora arriscada, provou ser um sucesso estrondoso, destacando o jogo em um mercado competitivo e estabelecendo a franquia como um nome familiar. As táticas usadas para promover GTA pavimentaram o caminho para futuras campanhas de marketing no mundo dos videogames, mostrando que a controvérsia pode, de fato, ser uma ferramenta poderosa quando usada estrategicamente.
Lançamento e Recepção de Grand Theft Auto: Da Controvérsia ao Sucesso
A BMG tinha um plano estratégico para o lançamento de Grand Theft Auto (GTA), começando pelo Reino Unido, seguindo para os Estados Unidos e, então, alcançando outros mercados internacionais. Inicialmente disponibilizado para MS-DOS e Microsoft Windows, o jogo foi rapidamente adaptado para o PlayStation, evidenciando a importância de abranger múltiplas plataformas. Ao estrear no final de 1997 no Reino Unido e no início de 1998 nos EUA, GTA já vinha embalado por uma onda de expectativa gerada não só pelo jogo em si, mas também pelo imenso burburinho ao seu redor.
A ASC Games, responsável pela distribuição nos EUA, adotou a mesma estratégia de Max Clifford no Reino Unido, utilizando a controvérsia como ferramenta de marketing. A atenção da mídia, focada no conteúdo violento e na liberdade proporcionada ao jogador, jogou luz sobre o jogo, ampliando seu alcance e provocando debates públicos sobre a influência de conteúdos violentos em videogames.
As expansões London, 1969 e London, 1961 permitiram aos jogadores explorar uma Londres estilizada dos anos 60, com veículos e músicas da época, mas sem inovações gráficas ou de controle. A versão planejada para Nintendo 64, prometendo melhorias e novos conteúdos, foi cancelada, assim como preocupações com a censura nunca se materializaram. A versão para Game Boy Color, embora lançada, recebeu críticas por falhas em controles e qualidade sonora.
As críticas ao GTA variaram de elogios à liberdade de jogo e ao conceito inovador a críticas severas quanto aos gráficos e controles. A versão para PC foi bem recebida, com avaliações positivas em geral, enquanto a conversão para Game Boy Color enfrentou críticas mais duras. Publicações reconhecidas na indústria de jogos destacaram tanto os pontos positivos quanto os negativos, refletindo um amplo espectro de opiniões.
Apesar das críticas mistas, GTA estabeleceu-se como um marco cultural, desafiando concepções sobre o conteúdo apropriado para videogames e abrindo caminho para jogos voltados para um público adulto. As vendas, embora modestas no início, mantiveram-se estáveis graças ao boca a boca, culminando em um sucesso comercial significativo e pavimentando o caminho para sequências futuras.
A decisão de focar em conteúdos maduros e explorar temas adultos provou ser acertada, com GTA e suas sequências estabelecendo recordes de vendas e recebendo aclamação crítica. A série evoluiu significativamente desde o seu início, com Grand Theft Auto III marcando uma revolução na franquia, adotando gráficos tridimensionais e uma narrativa mais complexa. Hoje, GTA é uma das séries de maior sucesso no mundo do entretenimento, com Grand Theft Auto V quebrando recordes e gerando bilhões em receitas.
Grand Theft Auto transcendeu suas origens controversas para se tornar um fenômeno global, demonstrando o potencial dos videogames como uma forma de arte madura e complexa. A série continua a influenciar a indústria de jogos e a cultura popular, provando que conteúdo adulto e narrativas envolventes podem criar uma experiência de jogo rica e imersiva.